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Psicologia

José Rubens Guerini Jr.
Devir - Processos de Transformação

Devir:  Transformação permanente pela qual as coisas se constroem e se dissolvem noutras coisas.

(11) 99315- 4359
rubens@devir.psc.br

Psicologia

Quem somos nós?

Dentro de certos limites, acredito sermos o fruto de nossas escolhas, sejam elas conscientes ou não.

Somos nós que damos sentido a tudo que vivemos, e com estes entendimentos, que são nossa visão de mundo (paradigmas), optamos. Daí vem a importância de se auto-conhecer. Quanto melhor nos conhecemos, melhor entendemos nosso mundo e melhor escolhemos, e nos construímos.

Há quem afirme que nós não descrevemos o mundo que vemos, mas sim descrevemos a visão que temos dele, ou seja, descrevemos como nós somos. Na medida que tenhamos mais claramente definida nossa "visão de mundo", mais conscientes seremos de nossas escolhas e, conseqüentemente, mais conscientes seremos da construção de nós mesmos.

O trabalho da Psicologia é o de ampliar este conhecimento de nós mesmos, e assim, ampliarmos de forma saudável as realizações de quem somos nós.

Devir é uma palavra de significa transformação permanente, pela qual as coisas se constroem e se dissolvem noutras coisas. Gosto então de pensar a Psicologia como um processo de transformação, um constante devir, vir a ser...

Por que fazer Psicoterapia?

A Psicoterapia
O maior desafio que temos em nossas vidas talvez seja o desafio de sustentarmos nossa própria existência, tão cheia de riscos e dilemas existenciais.
Existir não é fácil!

Em nossas vidas somos fortemente confrontados com questões ligadas ao envelhecimento, à morte, à impermanência de todas as coisas, ao re-ligar ou não com o sagrado, à liberdade, ao amor, à dor, ao sucesso e poder, ao certo e ao errado... Enfim, temos que lidar com tudo isto para dar sentido à nossa existência.

Maior do que este desafio de sobreviver em um mundo tão repleto de questões existenciais, creio que só exista o desafio de, além de viver, viver feliz.

A meu ver, a felicidade não é uma questão de sorte, mas sim de tomadas de decisões, de fazer opções ajustadas com quem nós somos.

Dentro deste ambiente existencial, a todo instante estamos realizando opções, sejam estas conscientes ou não, e estas opções nos constroem como pessoas. Somos em última instância o resultado de nossas opções.

Quanto mais alinhamos nossos pensamentos, sentimentos e ações, mais nossas opções nos aproximam de quem nós nos reconhecemos e queremos ser, o que se chama de essência, mais nos sentimos plenos, harmoniosos e felizes.

Quem nós somos clama por expressão, por manifestação. Somos uma fonte criativa que precisa de caminhos para sua auto-realização. A imagem que se pode criar aqui, é a de um rio fluindo livre, sem obstáculos em direção ao encontro com o mar.

Porém nesta vida repleta de riscos e dilemas frequentemente nos deparamos com obstáculos que requerem nossa atenção e dedicação. Nem sempre é fácil lidar com eles e aí nos vemos não mais como um rio fluindo livremente para o mar, mas sim como um rio com árvores caídas em nosso leito, desvios em nosso curso por ações de terceiros, pedras que danificam nossas margens, poluição...

O rio com obstáculos tem problemas como alagamentos, suas margens são alteradas pelas pedras no caminho, isto pode gerar erosão ao seu redor, ele leva consigo sujeira devido à sua poluição... Em nós, os problemas ligados aos obstáculos em nossas vidas são dores físicas e morais, angústia, medos exacerbados, obsessões, depressão, infelicidade, que podem inclusive se materializar em doenças físicas.

Fazendo ainda mais uma comparação com o rio, o trabalho da Psicologia como eu o entendo não é o de ensinar o rio a ser rio, ou seja, nenhuma pessoa precisa ser ensinada a ser pessoa. O trabalho da psicologia é auxiliar a pessoa a entender melhor seus “obstáculos”, dilemas, desconfortos e, então, buscar as melhores opções que a façam feliz, pois ela estará assim, agindo de forma íntegra, plena, harmoniosa.

Reconhece o homem como um sujeito em eterna construção de si mesmo buscando felicidade. Passar pelo processo de pscicoterapia então não se trata de coisa de doente, não é loucura, é desenvolvimento de si. A Psicologista Humanista reconhece também que é dentro do homem que se encontram as forças para a sua auto-construção e realização, baseadas na análise do seu existir.

Saúde plena é fazer este existir fluir livre, harmonioso e feliz, rumo ao mar, ao sublime.

Sobre Mim...

Informações Profissionais:

- Formação acadêmica
* Administração de Empresas
* Psicologia
(CRP 06/38.248-0)

- Cursos
* Acompanhamento Terapêutico
* Comunicação Não Violenta
* Medicina Tradicional Chinesa

- Missão 
"Auxiliar pessoas no entendimento e construção de si mesmas, visando com isso a construção de uma vida saudável, próspera, com harmonia e felicidade, de forma que nossas vidas tenham sentido sublime".

Contato

Dois endereços à sua disposição:

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Textos diversos ligados à Psicologia e áreas afins.

Os textos nos links abaixo são de minha autoria.

Mobirise

- Psicoterapia Humanista Existencial

O mais adequado seria dizer: As Psicologias, com psicologia no plural.
Pois existem muitas formas de se "fazer" psicologia. Qual a que lhe cabe?

Mobirise

- Escolhedores Infinitos

Texto que aprofunda nossa construção de quem somos através de nossas escolhas.

Mobirise

- Integrando o pensar, o sentir e o agir

Integridade. Um caminho para a plenitude.

Mobirise

- Meu corpo nem sempre tem as mesmas ideias que eu. 

Somos um todo. É apenas didática a separação Mente, Corpo e Alma

Mobirise

- Felicidade

Felicidade é uma questão de opção? Gente foi feita para ser feliz?

Mobirise

- Reflexões visando uma vida cheia de significados, valores e amor.

Transcrição de um texto de divulgação de meu trabalho como psicólogo onde me utilizei de fontes poéticas e filosóficas.

Psicologia Humanista Existencial


Este texto não tem a pretensão de ser uma teorização sobre a Psicologia, identificando profundamente as bases filosóficas e científicas que a sustentam. A intenção é tecer comentários em linhas gerais que entendo muito importantes para quem decide tratar seu psiquismo (Que vem do grego psyché: A Alma, o espírito, a mente.).


Para começar preciso dizer que creio que o correto seria usar sempre o termo psicologia no plural, Psicologias, para se fazer referência à área do conhecimento humano que lida com a psique. Isto porque o entendimento do Homem e suas questões (Filosofia; Visão de Mundo.), que é a base do “fazer psicologia”, é muito diferenciado dentre as diversas linhas de psicologia, e isto determina profundas diferenças nas práticas destas. 


É de extrema importância que a pessoa candidata a um processo terapêutico se identifique com a “visão de mundo” em que se apóia a linha da psicologia que ela estará sujeita. É como na religião. Existem diversas crenças, e estas apontam práticas muito diferentes. Se você não acredita no que prega determinada religião, ou seja, se a visão que ela tem sobre a re-ligação com um determinado Deus não lhe é compatível, você jamais se sujeitará às suas práticas (Jejuns, penitências, rituais e etc.). 


Identificar a psicologia como Humanista e Existencial tem a seguinte visão de mundo, que leva a práticas bem distintas de outras linhas. 


A adoção da denominação Humanista tem como intenção tornar a Psicologia mais “humana”. Pode parecer uma redundância, pois a Psicologia trata do próprio ser humano, no entanto em seu princípio, buscando se adaptar a um modelo de ciência empírica vigente na época, ela procurou: Descobrir, descrever, explicar e predizer as ocorrências do universo humano. Para tanto ela identificou o homem como um ser que pode ser padronizado, acreditando que frente às mesmas situações todos os seres respondem de forma semelhante. 


Laboratórios foram utilizados, testes psicológicos aplicados visando medir a inteligência e mapear emoções, animais serviram de base para o entendimento humano... Tudo com a intenção de reduzir o homem a um modelo, um padrão. 


Em reação a este modelo determinista, veio o que se chamou de segunda onda, através de Sigmund Freud, com a Psicanálise. Este modelo, com uma olhar da medicina, partiu de um visão doentia de homem, ser este movido por necessidades instintivas de prazer e agressão, necessitando de restrições e sublimações de sua natureza animalesca, o que o levaria a uma inevitável frustração, infelicidade e mal estar. 


Tanto o primeiro modelo, o da Psicologia Experimental, como o da Psicanálise, representam avanços significativos na forma de se entender o Homem, porém, se distanciaram deste, e o Humanismo então faz referencia a este retorno, a esta valorização. 


Apoiado no movimento filosófico de mesmo nome, a valorização do humano é o conceito central e assim a Psicologia Humanista privilegia capacidades e potencialidades características e exclusivas da espécie humana. Valoriza-se então a criatividade, o amor, o crescimento, a satisfação, a auto-realização, a transcendência do ego, autonomia, identidade, responsabilidade, saúde... O Homem não é mais visto como somente fruto de condicionamentos ou instintos animalescos, mas é fruto de sua vontade, de sua determinação e autoconstrução e se baseia em seus valores, idéias e afetos. 


Por sua vez, a denominação Existencial visa auxiliar o Homem nesta sua autoconstrução através da análise do existir. 


Jean P. Sartre, um dos filósofos importantes do movimento existencialista, aponta que “o homem está irremediavelmente preso à sua liberdade”. O Homem é fruto de suas opções e é ele que tem o poder e responsabilidade de dar sentido à sua existência. 


Com este olhar, não existe o mundo único, de todos, mas sim as representações que damos a este. Nossas percepções e interpretações da realidade, sempre distintas, nos levam à uma existência específica. A Psicologia Existencial visa então auxiliar o individuo a responder as perguntas: 


- O que espero da vida? 


- O que a vida tem direito de esperar de mim? 


- O que eu estou fazendo para atender a uma e outra expectativa? 


Concluindo, na Psicologia Humanista Existencial como a concebo, o indivíduo não é paciente (-Pessoa que padece; doente. - Resignado, conformado. -Que persevera aturando a continuação de uma tarefa lenta e difícil.), mas sim sujeito ativo e valorizado em suas potencialidades humanas positivas, que o colocam como construtor de sua vida. 


Se você espera da Psicologia um modelo médico, onde você será orientado de forma padronizada quanto ao que fazer na vida, a Psicologia Humanista Existencial não será adequada para você. 


Caso você entenda o homem como um ser exclusivamente determinado por seus instintos e condicionamentos, e sendo assim, a Psicologia o auxiliará lhe dando os estímulos certos para reprimir estes instintos, a Psicologia Humanista Existencial não será adequada para você. 


Porém, se você valorizar os potenciais humanos na construção de quem se é com profunda liberdade, a Psicologia Humanista Existencial me parece muito adequada para você.

Escolhedores Infinitos

- Este é um mundo de ricas oportunidades que se apresentam para todos, a todo momento!

Este é um ponto de vista, uma visão de mundo, que nos faz entrar em movimento, que nos faz sair da cama cedo, indo de encontro a tudo de bom que nos espera.

- Este é um mundo de poucas oportunidades destinadas a poucos privilegiados! 

Este é outro ponto de vista, outra visão de mundo, válido também, porém, que nos faz ter o desejo de ficar embaixo das cobertas, tristes, à meia luz, uma vez que o Sol não nasce para todos.

O mundo, ponto de partida para a formação destes possíveis pontos de vista, é o mesmo, porém internamente damos significados ao que percebemos de formas tão diferentes que este mesmo mundo pode "ser visto" de formas diferentes. 

Um copo de água pela metade é o mesmo que sugere para um que ele esteja quase cheio e para outro que ele esteja quase vazio. E reagimos a isto, como reagimos a tudo. Ficamos tristes ou felizes, motivados ou não, com o que percebemos. E assim, tomamos nossas decisões. Saímos ou não da cama cedo! 

Como se pode notar, cada um de nós olha para o mundo, o mesmo mundo, assim como no caso do copo de água pela metade, e determinamos o que ali vemos, e reagiremos a isto. Cabe então a pergunta: - Existe a verdade, ou a verdade é o que percebemos? 

Esta é uma questão complexa, que acompanha o homem há muito tempo. Porém, podemos sim lidar aqui com questões práticas que determinam quem nós somos. Podemos pensar sobre o processo pelo qual fazemos nossas "opções" de visão de mundo. Repare a importância disto, veja que quando se está com sede, é melhor estar diante de um copo de água quase cheio do que de um quase vazio, assim como é melhor ter motivação para sair da cama cedo. 

É fato de fácil observação que a todo momento estamos dando significado a tudo o que percebemos. Assim como quando estamos dirigindo um carro de noite e a visibilidade não é boa, e a cada mancha no asfalto tentamos definir se aquilo é um buraco, uma pedra ou uma simples mancha mesmo, estamos a todo momento dando sentido para um olhar, uma nova oportunidade de emprego, uma dor inesperada... E reagimos imediatamente à esta visão de mundo que formamos. 

Óbvio que nossas percepções nem sempre se aproximarão da "verdade" dos fatos. O que parecia ser uma mancha pode ser na realidade uma pedra, assim como aquele olhar que eventualmente percebemos como se fosse de desinteresse, ou até mesmo de desdém, pode ser "na realidade" de simples timidez (E se bobear já se foi a paquera...). Isto pode acontecer devido a possuirmos informações insuficientes ou ruins, mas pode ser mais complexo e perigoso do que isto! 

No processo evolutivo do homem, fisiologicamente partimos de um sistema nervoso cerebral simples, a amígdala, para depois constituirmos estruturas mais complexas e precisas de avaliação, o córtex. Isto foi necessário para a perpetuação da espécie, para que a resposta fosse a mais rápida possível e o homem assim sobrevivesse, fugindo rapidamente ou atacando. Esta resposta não poderia ser muito complexa e conseqüentemente precisa, pois isto demandaria tempo precioso. Em nosso sistema nervoso coexistem estas duas formas de processamento da percepção. As amígdalas promovem uma resposta instintiva e o córtex é mais demorado, porém mais preciso em suas avaliações. 

Isto explica certos medos irracionais como medo de barata ou reações involuntárias nossas no cinema ou na montanha russa. Mesmo que o córtex insista em dizer que não há perigo, as amígdalas disparam rapidamente o alarme e o corpo responde instantaneamente. 

Outra característica importante de funcionamento da amígdala é que ela funciona comparando rudemente vivências anteriores, ou seja:"-Não vi direito o que é aquilo, mas é amarelo é preto, faz barulho...Opa! É abelha feroz como aquela que me picou um dia no passado...". Pronto, mesmo com uma comparação rudimentar o corpo já reagiu e já fugiu, mesmo que esta coisinha amarela e preta que faz barulho fosse uma simples embalagem plástica de bala amassada. 

Desta forma é comum não só reagirmos a embalagens de bala, mas também reagimos a comportamentos que rudemente se comparam a sermos abandonados, traídos, machucados, humilhados e etc, como eventualmente fomos no passado e nem nos lembramos mais conscientemente. Ao menor sinal de perigo, formamos uma visão de mundo negativa e reagimos em fuga ou agredimos. Neste caso, não por uma informação insuficiente ou ruim, como no caso do carro em noite de pouca visibilidade, mas por "medo", e inconscientemente reagimos e fazemos opções "erradas". 

Independente da verdade existir ou se ela é o que percebemos parece-me certo que ter claro o que se acredita como verdade é um fator importantíssimo para se viver bem. Saber de si e do mundo auxilia em nossas escolhas diárias que nos formam enquanto pessoas. 

Gostemos ou não somos o resultado de nossas escolhas feitas, sejam elas conscientes ou não. Como muitas de nossas escolhas são feitas sob uma visão de mundo formada rapidamente e com o medo de pano de fundo, a vida nem sempre parece que passa pelas nossas mãos, dando a impressão de que somos levados ao seu sabor. Porém a vida será o que fizermos dela dentro de nossos limites (Que por vezes também são determinados com base em avaliações medrosas). 

Falamos até aqui de copos de água, abelhas, manchas no asfalto, porém há coisas mais instigantes neste mundo ao qual damos constantemente sentido: 

- Quem somos nós? Por que estamos aqui? De onde viemos e para onde vamos? O que é a morte? Qual o significado de tudo isto?

Nascemos com uma carga genética, dentro de um contexto familiar mais ou menos amoroso, inserido em um contexto social maior que determina questões econômicas e sociais... Mas ainda assim não é culpa dos outros se ficarmos sob as cobertas ao acordarmos, esta será uma opção possível frente a um olhar possível sobre o mundo. Sempre é possível colocar algo de belo, algo de digno, alguma cor no projeto de quem pretendemos ser. "Pois viver deveria ser- até o último pensamento e derradeiro olhar- transformar-se." Lya Luft. 

Não é fácil o trabalho, mas algumas dicas são válidas: 

- Auto-motivação: É preciso que esta seja um processo de dentro para fora, com otimismo e metas claras. Não espere dos outros o que é trabalho de cada um.

- Auto-consciência: Saber de si, de como se vê o mundo, não confundir o seu mundo com o alheio, ir no limite na busca de quem se é.

- Empatia: Colocar-se no lugar do outro, saber o que move também quem está a seu lado.

- Tolerar as frustrações, lidar com as emoções...

Não importa o que somos, qual nossa profissão, o que conta é ser do tamanho da nossa dignidade e do valor que nos damos, do tamanho do nosso sonho.

Integridade do Pensar, Sentir e Agir


O homem é um ser racional’. “Penso logo existo”. São frases que apontam a valorização do aspecto mental em nossa espécie. 


Podemos então afirmar que somos o que nós pensamos que somos? 

Não creio que seja tão simples assim, afinal, infelizmente, nem sempre somos da nossa opinião. Ou seja, acreditamos em certas coisas, como ser corajosos, compassivos, ativos, construtivos, tolerantes, amorosos, humildes... Nos vemos assim, gostamos de nos ver assim, porém, e um porém costuma negar o que foi dito antes, por vezes fazemos bem diferente destas nossas crenças e, fugimos dos desafios, ou somos agressivos, impacientes, destrutivos, ou preguiçosos, ou arrogantes, ou cheios de mágoas, medos ódios... Bem diferentes da opinião que temos de quem devemos ser. 

Nossos aspectos mentais, racionais, poderosíssimos na construção de quem somos nós, não são soberanos. Por vezes nos sentimos como se fôssemos seqüestrados pelas nossas emoções. É o que se chama de seqüestro emocional por quem estuda Inteligências Múltiplas. 

Ao lado da mente, nossas emoções são poderosas também na constituição de quem somos, e elas também nem sempre são da nossa opinião. Estamos todos sujeitos à oscilações de humor e a atitudes emocionais que não aprovamos totalmente. Emoção significa: “O que nos coloca em movimento, em ação para resolver algo”. E este movimento é geralmente iniciado independente de nossa vontade racional. 

Em nosso corpo, nossa herança animal, lida com os eventos da vida, práticos ou subjetivos, simples ou complexos, como se fossem uma questão de sobrevivência, nos colocando frente a estes com uma atitude de atacar ou fugir. Foi assim que sobrevivemos. Não porque somos a espécie mais rápida, ou forte, nem a mais esperta, como podemos notar com o que fazemos com o planeta e nossos semelhantes, mas porque somos os medrosos mais sofisticados que existe. 

Aspectos mentais e emocionais estão profundamente entrelaçados e sustentados pelo corpo, principalmente através do cérebro. O raciocínio, a memória, a percepção e mesmo as emoções são estruturadas bioquimicamente através de complexas redes neurais. Não haveria nada disso sem a química, não existiríamos como nos conhecemos se não fossem nossos corpos, que interferem em quem somos nós, de acordo com sua composição e organização. 

A separação de aspectos físicos, mentais e emocionais, inclusive com ciências próprias que os estudam, é puramente didática. Somos um todo. A Psicologia desta forma não deve se deter ao psiquismo entendido somente como processos mentais. Creio que ela deva buscar a integridade de quem a procura, ou seja, o alinhamento do que se pensa, do que se sente, do que se faz. Um aspecto inevitavelmente interfere no outro. Cuidar do corpo é cuidar da mente e das emoções. Cuidar das idéias qualifica emoções, que traz benefícios para o corpo... E assim por diante. 

Buscar este tipo de integridade com o tempero picante de nossas questões existenciais (Quem somos? De onde viemos e para onde vamos? O que esperar da vida? O que ela pode esperar de nós?...) é realmente um grande desafio, uma aventura épica, mas o contrário disto, viver desalinhado no que se pensa, sente e faz, o que será?

Meu corpo nem sempre tem as mesmas idéias que eu.


No texto “Integrando o pensar, o sentir e o agir” deste setor de psicologia do site, expus minha idéia sobre da importância de não nos entendermos somente como seres racionais, e não vivermos a separação didática de mente, corpo e alma como se esta fosse real. Somos um todo integrado sistemicamente e, na prática, não é possível nos dividirmos nestes nossos aspectos e lidarmos apenas com um deles. Alterar uma das partes implica necessariamente alterar as outras, e somos mais do que a soma delas, somos uma forma específica de organização e soma deslas. 


Recentemente vi um filme muito interessante onde este tema de integração sistêmica foi tratado de forma muito sensível. O filme chama se: “A menina no país das maravilhas” (Pheobe in the wonderland.). 


É a estória de uma garota magnífica (Elle Fanning, atriz magnífica também.), que sofre por ser diferente. Estas suas diferenças são manias e compulsões, que ela tenta desesperadamente evitar. Ela não consegue por exemplo evitar de cuspir em seus amigos de escola, falar coisas inadequadas, ou ter que realizar uma série de atividades sem sentido e compulsórias. 


Longe de ser uma má pessoa, pelo contrário, é uma criança magnífica e que inclusive tem consciência de suas atitudes inapropriadas, ela sofre com isso tudo. Ou seja, sua mente lhe aponta o “caminho correto”, mas ela não consegue trilhá-lo. 


Há também no filme uma crítica a como a sociedade trata as diferenças, inclusive na escola, que tenta castrar qualquer iniciativa fora do “gabarito”. O que ajuda esta garota é o teatro, especificamente a peça Alice no País das Maravilhas. Como a Alice, ela tem que se resignificar a todo instante, pois o mundo à sua volta é muito estranho para ela controlar e lidar com os problemas de se ser diferente. 


A garota do filme sofre na realidade de uma síndrome chamada Tourette. É uma doença neurológica e neuroquímica que causa tiques involuntários e que pode estar associada a coprolalia (Falar coisas inapropriadas involuntariamente), obsessões, compulsões e déficit de atenção. 


Sou psicólogo, acredito fortemente no poder da psique (Mente, emoções, alma) como determinante de quem nós somos, mas este filme aborda de forma bastante clara o quanto o corpo é a nossa base e não pode ser deixado de lado. Acredito nisso também. 


Depressões, vínculos excessivos com emoções e sentimentos (Medo, agressividade e etc.), manias, tiques, compulsões, oscilações de humor infundadas, hiperatividade, desmotivação, dificuldades de aprendizado... Isso tudo faz parte do que a psicologia trata, mas é preciso levar em consideração a integridade Mente, Corpo e Alma. Negar o corpo seria negar o ser humano como um todo. 


A menina do filme, após ter consciência do que ela estava exposta por causa desta síndrome, pode reorientar a sua vida, pois ampliou o conceito de si mesma para além de sua mente (razão). Ela incluiu seu corpo neste conceito de si e pode responder de forma mais ampliada a sua pergunta: Quem sou eu? 


Por estas razões tenho os médicos e psiquiatras como parceiros. Claro que me refiro a profissionais que tratem a pessoa, não a doença. A idéia é tratar o homem que tem a ferida, e não o homem da ferida. 

Felicidade


A idéia em que se baseiam os trabalhos propostos neste website é a de que: “Gente foi feita para ser feliz!” 


Esta é uma premissa básica que pode gerar certa inquietação e questionamentos. Creio que isto possa acontecer devido a dois aspectos: 


Felicidade ser confundida com alegria e, caber a pergunta: Felicidade é uma questão de opção? 


Vamos primeiro lidar com a confusão entre felicidade e alegria. Afirmo que é possível se estar feliz, mesmo que não se esteja em uma situação alegre. São compatíveis a coexistência de tristeza e dor com a felicidade. Por exemplo, uma pessoa pode estar muito triste por causa de um contexto qualquer e, ao mesmo tempo, muito feliz, pois apesar da dor inevitável do momento, foi coerente com seus valores e agiu com integridade, fez o que tinha que ser feito, aprendeu e cresceu com a situação, fez conquistas preciosas... 


Isto se dá pelo fato de que felicidade tem a ver com sucesso, construções, boa ventura, caminhos de manifestação de quem se é, expressão de si. Alegria por sua vez tem a ver com divertimento, prazer, contentamento. Fica se alegre necessariamente porque se está feliz (Obteve-se sucesso, construções, caminhou no sentido que se desejava.). Fica-se feliz não necessariamente por se estar alegre, fica-se inclusive feliz apesar da tristeza e da dor, se fizermos o que tem que ser feito, ou seja, sermos íntegros (Alinhamento do que se pensa, do que se sente e do que se faz). 


Como pode-se notar, felicidade é uma construção baseada em integridade. Vamos pensar na natureza desta construção. Felicidade é como saúde e lucro, acontece por vias indiretas. Não é possível dizer: Vou sentir felicidade, ou vou adquirir saúde na farmácia, ou mesmo, vou pegar o meu lucro no mercado. Felicidade, saúde e lucro são resultados finais de uma série de ações. 


Por exemplo, quando se quer saúde como resultado, sabemos o que é ser saudável e então fazemos uma série de ações que nos levem a ela. Dormimos bem, nos alimentamos equilibradamente, evitamos estresse, cuidamos das emoções... Todas estas ações são baseadas em conceitos e valores, ou seja, durmo bem, pois é sabido e valorizado que o descanso melhora a imunidade, a disposição e o humor. Sendo assim, o caminho é: Valorizamos a saúde, sabemos quais ações são sustentadas por valores para tê-la e assim trilhamos os caminhos que nos levam a ela. 


Sabemos o que é saúde e lucro, sabemos então que ações são valorosas para nos levar a isto. E no caso da felicidade? 


O que é felicidade para você? Esta é uma pergunta fundamental, pois se não se sabe para onde se vai, que caminho tomar? 


Esta é sem dúvida uma questão absolutamente pessoal e subjetiva. Cada um de nós terá os seus próprios critérios de felicidade. Creio que caiba no entanto, trazer aqui algumas considerações de Epicuro, filósofo grego, nascido em 341 AC, que se dedicou a pensar no que faz os homens felizes. 


Ele apontou 4 aspectos que auxiliam o homem na busca de felicidade. 


- Vida Simples 
A Felicidade não é diretamente proporcional à quantidade de posses que se tem. Uma vida simples que supram nossas necessidades básicas já é o suficiente para sustentar nossa felicidade. Não precisamos comer banquetes divinos para sermos felizes, temos sim é que nos alimentarmos saudavelmente. Dinheiro contribui com felicidade até o ponto em que paramos de sofrer com privações de aspectos básicos. A partir daí a felicidade se estabiliza e para se ter mais felicidade são necessárias outras coisas além de posses. Ficar fixado em ter mais posses pode inclusive levar a infelicidades. Existem pesquisas com ganhadores de prêmios de loterias que apontam que em um primeiro momento o ganhador tem um pico de felicidade, depois, se ele não era anteriormente feliz, a forte tendência é a de que ele volte ao mesmo estado de infelicidade anterior. 


- Amizades 
Traduzo amizades por relacionamentos. Somos seres que só nos constituímos através do contato com as pessoas. Só podemos existir quando alguém acompanha a nossa existência, o que só passa e ter significado quando alguém consegue entendê-la. Viver cercado de amigos é ter constantemente nossa identidade confirmada, o fato deles nos conhecerem bem e se preocuparem conosco nos tira de nossa indolência. 


- Liberdade 
Ser criador e não criatura. Estar no mundo, mas não ser do mundo. Ter liberdade de criar as condições que nos permitam ser da forma mais autêntica possível. Felicidade tem a ver com expressão de quem se é, e para isto é necessário conquistar liberdade. 


- Reflexão 
A vida não tem sentido em si. Somos nós que construímos este sentido. Viver é um grande desafio, pois nos deparamos com questões profundas: Quem somos nós? De onde viemos e para onde vamos? O que é a vida e o que a morte representa? Nossa condição humana nos força a lidar com a impermanência das coisas, com os nossos afetos e instintos, com as leis morais e sociais e etc. Viver é escolher, e a reflexão nos alivia a angústia, e nos permite melhores escolhas. 


Com este enfoque sobre a felicidade entendo que ela não seja uma questão de sorte, como por vezes a alegria o é, mas sim de construções, e como escolhemos o que construir de acordo com nossa visão de mundo, ela é uma questão de opção! 


Concordo que esta construção não seja propriamente fácil e que por vezes precisamos de muita coragem, informação e disposição, que nem sempre estão à nossa mão, o que acarretaria infelicidade, porém, há sempre caminhos de evolução. Fico tranqüilo com esta afirmação, pois identifico a existência de um lei que nos rege, onde tudo tende a evolução 


Com esta visão evolucionista, uma vida feliz tem a ver com uma existência conduzida por propósitos, e sustentada por valores. Fazer o que eu tenho que fazer no limite máximo de quem eu sou. 


Por isto afirmo, gente é para ser feliz, e não, gente é para ser alegre. A Alegria será conseqüência de um trabalho feliz de construções de quem nós seremos, partindo de quem nó somos. 


Seja feliz!

ENFRENTANDO OS DESAFIOS DE SE SER HUMANO COM CIÊNCIA, ARTE E AMOR

“O importante e bonito da vida é isto: Que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não estão terminadas, mas que estão sempre mudando.

Afinam e desafinam.”

Guimarães Rosa

A filosofia nos fala destas incessantes mudanças...

“É impossível se banhar duas vezes no mesmo rio.”

“A única coisa que nunca muda é que tudo muda.”

Heráclito

Poetas nos falam deste desafio de se orientar nas mudanças...

“Navegar é preciso.

Viver não é preciso”

Fernando Pessoa

Eis o desafio... Eis o mistério...

“Ser ou não ser? Eis a questão.” 

Shakespeare

A cada instante realizamos opções e nos construímos como pessoas mais maduras, mais prontas.

Nem a omissão, nem adiar ações, nos livram desta construção de nós mesmos, afinal, tudo é opção.

É impossível não sermos os únicos responsáveis por quem nós optamos em ser. É impossível delegar esta tarefa.

Nesta auto-construção não estamos sós, existem outras pessoas se construindo e nos influenciando. E nos relacionamos com elas segundo nossas consciências...

“A regra de ouro de nossa conduta é a da tolerância mútua, pois nunca todos pensarão a mesma coisa e veremos a Verdade fragmentada, sob vávios ângulos. A consciência não é a mesma em todos. Ela é um bom guia para a conduta individual, mas se impusermos tal conduta a todos, seria uma impiedade intolerável sobre a liberdade de consciência de cada um”

Gandhi

Ter consciência... Saber de si, quem se é, para onde se vai, o que se valoriza, ser compassivo e saber que as outras pessoas também estão nesta busca, é uma bússola útil neste navegar impreciso da existência humana. 

No entanto, ao desenhar o “mapa de si mesmo”, encontramos um território irregular, recoberto por nossa natureza dual...

Tradizir-se

Uma parte de mim é tudo mundo:

outra parte é ninguém, fundo sem fundo.

Um parte de mim é multidão:

outra parte estranheza, solidão.

Uma parte de mim pesa, pondera:

outra parte delira.

Uma parte de mim almoça e janta:

outra parte se espanta.

Uma parte de mim é permanente:

outra parte se sabe de repente.

Uma parte de mim é só vertigem:

outra parte, linguagem.

Traduzir uma parte na outra parte - que é uma questão de vida ou morte - Será arte?

Ferreira Gullar

Seguimos fazendo arte, juntando as partes, buscando o encontro, e como herois e heroínas em um conto de fadas, queremos encontros ainda maiores... E assim amamos! 

“Um ser humano amar a outro talvez seja a mais difícil tarefa, a mais importante, o último teste e prova, o trabalho para qual todos os trabalhos só foram preparação.” 

Rainer Maria Rilke

Como diria Vinícius de Moraes: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro.”

Buscamos encontrar um amor, buscamos um grupo social, um trabalho, bem material, beleza, saúde...

O que buscamos nestes encontros?

Buscamos ser amados. Buscamos felicidade!

Buscamos encontrar fora o que já é nosso e está dentro de nós.

Apesar das frustrações inerentes a esta busca, seguimos acrditando na viagem...

“No fundo, tudo me agrada e, às vezes, sinto-me cheio de uma eletrizante curiosidade, como se ainda não tivesse nascido.

Sim, ainda não perdi a confiança na viagem, embora muitas vezes esta viagem possa parecer desesperante e escura.”

Felline

No fundo, sabemos da oportunidade e da grandeza que é existir, ser e se transformar em mais Humano.  

Porém, nem sempre queremos passar pelo que precisamos passar para nos transformarmos no que queremos nos tornar.

O medo, se não enfrentado, pode paralisar...

“Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada.

Na Segunda noite já não se escondem. Pisam nas flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.

Até que um dia, o mais fragil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.

E já não podemos dizer nada.”

Eduardo Alves Costa

Às vezes, na busca de felicidade, por medo, nosso maior obstáculo somos nós mesmos, porém...

“Só o que somos tem o poder de nos curar.”

Carl Gustav Jung

Como na tradição oriental propõe: 

“O que for a profundeza do teu ser, assim será o teu desejo. 

O que for o teu desejo, assim será a tua vontade.

O que for a tua vontade, assim será teus atos.

O que forem os teus atos, assim será o teu destino.”

Cabe nos então buscar...

“A serenidade necessária para aceitas as coisas que não podem ser mudadas.

A coragem para modificar aquelas que podemos.

E sabedoria para identificar umas das outras.”

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